A verticalização urbana começa alterar, de forma consistente, o cenário de Itapetininga. Com a forte expansão da construção civil, novos prédios surgem nas áreas centrais aproveitando toda a infraestrutura disponível. Para os arquitetos e urbanistas, Ana Paula de Oliveira Calisto Orsi e Rodrigo dos Santos Orsi, a opção por edifícios é um reflexo da necessidade de concentração em áreas de interesse.
“São regiões centrais já dotadas de infraestrutura de comércio e serviços que, por sua vez, atuam como atrativo e, assim, geram maior demanda para que esse processo continue em expansão”, afirmam os arquitetos. Segundo ainda eles, outro fator que favorece a construção de prédios é que ocorre visando ao máximo o aproveitamento do solo urbano e de seu potencial construtivo.
No entanto, a extensa área de Itapetininga, que possui o terceiro maior território do estado de São Paulo, torna mais lento o processo de verticalização, quando comparado com as construções horizontais que possuem uma imensa disponibilidade de lotes. “Esse cenário se mostra de certo modo positivo quando olhamos os centros urbanos saturados das grandes cidades com prédios obsoletos resultantes da verticalização sem planejamento”, advertem Ana Paula e Rodrigo.
Na avaliação desses especialistas, a configuração urbana de Itapetininga deverá caminhar no predomínio de loteamentos e condomínios horizontais nas áreas mais afastadas da cidade e a verticalização ganhará espaço nas regiões centrais. “Os edifícios são projetados para ocupar o solo urbano aproveitando ao máximo da infraestrutura já consolidada, favorecendo o acesso ao comércio, serviços, mobilidade e demais comodidades”, frisaram.
Vantagens
Uma das vantagens da verticalização é a possibilidade de uma mobilidade urbana mais ativa. Afinal, com mais pessoas morando na área central, a tendência é ampliar a realização de atividades com deslocamento a pé, com a redução da dependência do veículo. Os arquitetos, ouvidos pela reportagem, apontam que o benefício é usufruir da oferta de serviços como escola, posto de saúde, área de lazer e rede banda larga de internet.
Os novos edifícios surgem em locais com potenciais construtivos e em alguns casos viabilizando a possibilidade de moradia ou trabalho próximo a áreas já adensadas e consolidadas, com ampla infraestrutura urbana. Na prática, onde existiam, em média, oito casas, após a construção de um arranha-céu, poderá alcançar 50 famílias.
Impactos
“Já os impactos da verticalização estão diretamente ligados à falta de planejamento urbano, que é quando esse processo ocorre de forma desordenada, sem um projeto consolidado de expansão urbana e sem levar em conta a legislação vigente no município”, mencionam os arquitetos Ana Paula e Rodrigo. Itapetininga tem a possibilidade, segundo eles ainda, de construir com maior respaldo na qualidade do meio ambiente. “Com respeito à cidade e seus habitantes”, pontuam.
Desvantagens
Para os dois arquitetos, a construção de prédios em áreas extremamente afastadas e isoladas da cidade pode trazer dificuldades para seus moradores. Longe do trabalho, escolas, hospitais, bancos e comércio, os arquitetos avaliam que irá “ampliar a desigualdade na acessibilidade às atividades urbanas”. Sem o prévio planejamento urbano, a cidade pode enfrentar a “saturação do sistema de trânsito, de esgoto, de abastecimento água e energia e coleta de lixo”, anteciparam os dois técnicos.