Percursos do Eco é a primeira individual do artista em São Paulo. Os trabalhos do grafiteiro carioca já foram exibidos pelas ruas e galerias da Argentina, Itália, França, Alemanha, Holanda, Angola e Egito.
Marcelo Eco é um dos grandes nomes do graffiti e dono de um estilo singular que foi construido ao longo dos seus 30 anos de carreira. Seus personagens com traços marcantes devido ao “queixo pontudo”, sempre dialogam com os locais que estão inseridos e se mesclam com a paisagem urbana.
Para essa mostra, terão obras que contam a sua história, algumas que nunca forma expostas, e ainda serão produzidas obras inéditas que inclui a escultura de seu icônico personagem.
Percursos do Eco reúne um conjunto de 20 obras, entre telas representativas da carreira do artista, fotos, black books, lambe-lambes, vídeos, maquetes e livros ilustrados por ele. Todas as peças da mostra estão sendo organizadas em estruturas cenográficas semelhantes aos andaimes de construção, remetendo aos centros urbanos, espaços onde os grafiteiros exibem sua arte. “Para produzir o grafite é preciso ter as ruas como suporte”, observa Marcelo Eco.
Quem visitar a exposição terá a oportunidade de conhecer obras inéditas do artista, como as esculturas “BonEco 1”, “BonEco 2” e “BonEco 3”, de um personagem em 3D, com mais de 2 metros de altura. O trabalho é um dos destaques da exposição, dividida a partir da trajetória de Marcelo Eco.
“Teremos obras lá do começo e outras que foram produzidas semanas antes da abertura”, revela Danielle Attini, que assina ao lado do artista a curadoria da mostra. “Também tivemos o cuidado de inserir um trabalho inédito de Eco, feito especialmente para a ocasião, em cada uma das aberturas planejadas pelo Sesi”, explica a curadora.
Fases, cores e identidade
Preservando traços característicos de sua obra, Marcelo Eco percorreu diferentes expressões ao longo da carreira. Os personagens com o queixo pontiagudo, nas cores laranja e azul, estão entre os mais conhecidos do público e, claro, integram a mostra. As séries com desenhos de robôs, raízes das árvores e abstratos também poderão ser conferidas pelos visitantes.
Em estilo único, Marcelo utiliza 3D em desenhos que parecem estar saindo literalmente dos muros – além de uma paleta marcante de cores. “Já fiz muitas experimentações e coisas diferentes, mas gosto de expressar as referências do passado que carrego comigo”, explica.
As referências e reflexões
As ruas continuam sendo fonte de inspiração para Eco produzir. É observando os automóveis, o vaivém de transeuntes e a arquitetura dos centros urbanos que surgem suas ideias. Ao desenhar robôs, por exemplo, o artista propõe uma reflexão sobre como as pessoas estão vivendo mecanicamente. “É um questionamento que faço a mim mesmo, sobre o quanto estamos no automático”, revela.
Outras reflexões fizeram parte dos primeiros desenhos de Eco, que começou com a pixação. “Diferente de São Paulo em que o Graffiti integra a cultura Hip Hop, quando comecei no Rio não existiam muitas referências, era algo mais marginalizado.”, recorda o artista. “Vivia em um local desprovido de assistência, fui moldado pela escola e a arte que transformou a minha vida”, completa.
O artista
Carioca, Marcelo Eco tem 42 anos de idade e morou até o início da fase adulta em São Gonçalo (RJ). Depois, se mudou para o bairro da Tijuca, na mesma cidade. Mais tarde, foi para São Paulo onde também expressa sua arte em vias importantes da metrópole, como a Avenida Brigadeiro Faria Lima e o Túnel Rebouças. Eco já expôs em galerias como Art Paris (França) e WSA (Argentina), além de outros espaços culturais na Holanda, Itália, Espanha, Angola e Alemanha. Em São Paulo, o Museu Brasileiro da Escultura (SP) também apresentou suas obras.
SERVIÇO
Local: Foyer do teatro SESI – Av. Padre Antônio Brunetti, 1360 – Itapetininga/SP
Data e horário: de 14 de abril a 24 de junho de 2023
Segunda, das 8h30 às 14h30; terça a sexta, das 8h30 às 20h; sábado, das 13h30 às 19h30
Agendamento de grupos e escolas: enviar e-mail para [email protected]