15 AGO 2020
MARCO VIEIRA DE MORAES
Uma cidade dentro de Itapetininga. Assim pode ser chamada a região do Paquetá, localizada a oeste da área urbana do município, entre a avenida Cinco de Novembro e a rodovia Raposo Tavares (SP-270). São cerca de 15 bairros e uma estimativa de 40 mil habitantes, distribuídos em mais de 150 mil metros quadrados.
A área começou a ser ocupada quando, há mais de 40 anos, Flávio Soares Hungria começou a vender lotes, oferecendo aos interessados carência de dois anos para começar a pagar as 36 prestações em que geralmente o imóvel era vendido. Hungria (pai do João Flávio Soares Hungria, ex-vice prefeito de Itapetininga) também oferecia 10 mil tijolos de uma olaria de sua propriedade.
Entre os principais bairros estão: Vila Rio Branco, Vila Regina, Vila Hungria, Vila Reis, Vila Sônia, Vila Alves, Vila Palmeira, Jardim Leonel, Parque Athenas do Sul e Jardim Shangrilá. Nos últimos anos, novos empreendimentos imobiliários têm surgido na região que é um importante polo comercial do município.
Em conversa com o site Cidade Itapetininga, o empresário Itapetiningano Zecaborba Soares Hungria afirma que valeu a pena investir na região. “Tenho muito carinho por aquele lado da cidade”, garante o empresário.
Zecaborba começou com uma mercearia no Mercado Municipal (área central da cidade) e nos anos 80 iniciou um processo de expansão, instalando uma unidade nas proximidades da estação rodoviária e em seguida na Vila Rio Branco e depois na Vila Regina, dois bairros que estão localizados na região do Paquetá.
Borba, como o empresário é conhecido, lembra que, há 50 anos, toda a região era conhecida apenas como Paquetá. “O Paquetá era muito conhecido na época. Por causa do cemitério; ia muita gente pra lá. Outros bairros eram pouco visitados”, recorda o empresário, acrescentando que “ainda não existiam as vilas Regina, Hungria e Reis. Depois, um grupo de empreendedores, como Flávio Hungria e Durval Reis, entre outros, foi investindo e criando os bairros”, conta Borba.
Carinho e crescimento
“O Paquetá é um bairro muito simpático e cresceu muito. Tenho muito carinho por aquele lado da cidade”, afirma Zecaborba, “o bairro mudou muito e para melhor”, acrescenta. Ele lembra que o bairro possui até uma unidade do Sesi (Serviço Social da Indústria).
O empresário ressalta que Itapetininga “tem crescido por todos os lados. Eu ando pela cidade e vejo isso. Quando você asfalta as ruas de um bairro, isso chama o desenvolvimento, é uma maravilha”.
Com espírito empreendedor, Borba continua investindo naquele lado da cidade. Foi lá que se instalou o Vencedor, empreendimento atacadista que conta com a participação do empresário. “É preciso dizer que os prefeitos Aleixo e Fernando Rosa fizeram melhorias no bairro, assim como a prefeita Simone está fazendo”.
Para o empresário, valeu a pena investir no Paquetá. “É um bairro tradicional. Existem famílias que moram há 80 anos na Vila Rio branco; são tradicionais na cidade”, finaliza Borba. Veja na matéria a seguir um pouco da história do bairro
Raízes no bairro
Como se pode notar, o negócio era atrativo para muita gente. E foi assim que a família do professor de Educação Física Florival Batista se mudou para a Vila Regina, há 53 anos, quando grande parte da vila ainda era ocupada por eucaliptos.
Passadas mais de cinco décadas, a família de Flori, como o professor é conhecido, fincou raízes na vila, possuindo imóveis e comércio no bairro.
Com boa infraestrutura e comércio, o complexo proporciona praticamente tudo a seus moradores. “Lá tem tudo: açougue, padaria, farmácia. A gente quase não precisa vir para a cidade”, disse Flori. Mas nem sempre foi assim, de acordo com o professor. “Antes, não tinha nada. Mas o bairro foi crescendo e hoje é o mais completo da cidade, atraindo muita gente”.
Início do bairro
A Vila Regina tem esse nome em homenagem a filha do proprietário, Regina Soares Hungria. O bairro possui 427 lotes, 12 ruas e estradas e seis praças. Antes da vila ser formada, havia no local um cemitério destinado a portadores de hanseníase (lepra), identificado por duas paineiras.
Em 1977, João Flávio Hungria permutou uma área do loteamento com outra, posteriormente doada para a construção da escola Elisiário Martins de Mello. A Vila Regina fazia divisa com o antigo aeroporto de Itapetininga, que depois deu lugar à hípica.
Até 1984, o final do bairro era só mato. O hábito de vender em várias prestações persistiu até o final dos anos 80, como lembra Luis Flávio Terra Hungria, filho do proprietário. “Meu pai chegou a vender em até 100 prestações fixas. Aí veio o plano Collor e as pessoas vinham pagar com centavos. Não dava mais para continuar assim”.
A fábrica de sabão e velas, além da olaria da família, ficavam onde até recentemente funcionava a padaria Padoca.