21 SET 2020
JOVIR FILHO
Desde que me formei, 20 anos atrás, decidi-me a atuar na docência de forma a retribuir a formação que tive, pois desde a pré-escola sempre estudei no sistema público de ensino, inclusive no nível superior.
Venho de família que sempre precisou trabalhar para poder se sustentar, tendo, antes de meu nascimento, passado por momentos de grandes privações, ao longo das décadas de 1960 e 1970, a que tive a felicidade de não vivenciar, mas que jamais deixou de fazer parte enquanto formação de meus valores, ou seja, aprendi a valorizar tudo o que tinha e tenho, porque não era ou foi benesse ou ganho por rendas de posses ou ações. É trabalho que gera sustento, simples assim.
Convivi, porém, ao longo de minha escolarização, e mesmo na universidade, com pessoas que se encontravam nas mais frágeis posições sociais, muitas no limite da miséria ou dentro dela. Assim, vivenciei a dureza da precariedade na vida das pessoas, quando a fome fragiliza a saúde, o equilíbrio emocional e, sobretudo, a dificuldade de aprendizagem. E tudo é mais difícil para quem tenha como prioridade manter-se vivo e tudo ao redor é um desafio ou uma afronta à dignidade.
Com esta leitura na vida, eu não queria ser um professor que entra na sala de aula e dá aula apenas. Jamais me vi como um “dador” de aulas, cumpridor de conteúdos e, pior, cumpridor de apostilas. Nem me vi como o super professor que é “o cara” para a galera e dorme feliz por cumprir a matéria.
Na minha forma de ver a Educação, o conteúdo não pode estar descolado do ser humano que sou e que é o meu aluno, em sua individualidade, com suas idiossincrasias, pois o sentido de tudo só pode se formar dentro de nós. Daí, qual a importância da classificação sintática se tenho fome? Por que saber de orações se dentro de mim estou esmigalhado emocionalmente e não atinjo o mínimo da cognição necessária ao entendimento?
Quem eu sou precisa importar na matéria com que trabalho, assim também para o aluno que a aprende.
É preciso TER HUMANIDADE NA EDUCAÇÃO!
Ah, a oração em destaque é uma Oração porque possui núcleo verbal, no entanto, é Subordinada porque o sentido principal está expresso na oração que a antecede, neste caso, e ela ocupa uma posição Substantiva, que é a função de sujeito, assim, Subjetiva; e, como o verbo não vem na forma finita, conjugado com modo, tempo e pessoa verbais, torna-se Reduzida de Infinitivo. Mas, mais importante do que saber sua classificação morfossintática, é compreender o que ela representa na prática, na vida escolar e, acima de tudo, na Educação como um todo.