26 FEV 2021
REDAÇÃO
O coletivo ASA Aliança Socioambiental prepara um documentário sobre o Rio Itapetininga e seu significado cultural. O projeto foi um dos contemplados no edital da Lei Aldir Blanc para projetos culturais em Itapetininga. A previsão é que seja lançado no mês de março.
Segundo Gabriel Fonseca, membro fundador, o coletivo atua direta e indiretamente em Itapetininga desde 2011, promovendo atividades ligadas à educação e à preservação ambiental.
Ele explica que o edital permitiu ao coletivo ampliar os horizontes e propor um projeto que fizesse uma espécie de resgate cultural do Rio Itapetininga. “O rio que dá nome à nossa cidade aos poucos está se apagando pela falta de iniciativas”, diz o tecnólogo em Gestão Ambiental.
A ideia, conforme ele, é fortalecer a memória e entender os impactos ao longo da Bacia do Rio Itapetininga. “Passamos a levantar não só os registros históricos que trazemos dos relatos mais antigos, como também, quais são os pontos mais críticos. Também coletamos algumas histórias que são vividas praticamente dentro do rio durante uma vida inteira”, explica.
De barco, com câmeras, gravadores e um drone, a tripulação do coletivo percorreu o rio em trechos de quatro municípios para registrar a situação do rio. “Fizemos muitos contatos e conhecemos muitas histórias emocionantes. Mas também encontramos muito descaso com as cidades envolvidas e também com as comunidades do seu entorno”, relata.
Durante o trabalho, segundo ele, foi possível observar muitos casos de irregularidades. “ O rio corre sérios riscos pela fragilidade de políticas públicas, de preservação e de uso sustentável dos recursos naturais”, diz.
O documentário está previsto para ser lançado no próximo mês. “Está sendo construído de forma sucinta e diante de algumas complexidades. Talvez haja necessidade de futuramente encontrar novos parceiros e aprofundar em novas conclusões”, diz.
O material será produzido para mostrar para sociedade algumas histórias e aspectos hidrográficos ainda pouco conhecidos ao longo da Bacia do Rio Itapetininga, mas o seu cunho principal é o de contribuir para educação ambiental dos alunos das escolas municipais. “Que às vezes acabam sabendo mais sobre o Rio Nilo ou Rio Amazonas do que sobre o próprio Rio Itapetininga”, diz.
Gabriel Fonseca finaliza dizendo que Itapetininga precisa fortalecer muito os trabalhos sociais, ambientais e culturais. “É evidente que os poderes ainda têm pouco ou quase nenhum acesso e capacitação técnica para atuar em áreas limitadas de atuação. Precisamos pensar em um futuro próximo, que seja seguro e saudável para as presentes e futuras gerações”, conclui