26 FEV 2021
REDAÇÃO
Após a carreata contra as aulas presenciais em Itapetininga, na manhã da sexta-feira (26), dezenas de professores realizaram um ato simbólico em frente a Diretoria Regional de Ensino. No local, foram colocados caixões de papelão, coroa de flores e uma lista de nomes de educadores que faleceram em decorrência da Covid-19 em Itapetininga.
O movimento é organizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) com apoio do Fórum da Cidade e Instituto Nacional da Transparência Municipal (INATRAM).
Segundo a advogada Samira Albuquerque, que integra o Fórum Cidade, o ato reivindica a prioridade da vacinação dos professores ou a suspensão das aulas presenciais.
“Reforçamos que não se trata de uma guerra contra a administração pública municipal, de forma alguma, mas estamos pressionando o poder público para decretar a suspensão das aulas até que todos os professores sejam vacinados”, disse.
A advogada conta que os professores estão amedrontados com o número de casos nas escolas. “São inúmeras denúncias de escolas com casos. Vamos fazer reuniões com dirigentes também de escolas particulares, pois há registro de um número preocupante de professores, alunos e também crianças contaminadas”, explica.

Ela também explicou que parte da sociedade tem criticado a manifestação dos professores. “Há críticas porque alguns consideram que não está tendo olhar a outros serviços essenciais, mas isso não confere. Coletores de lixo e todo funcionalismo público que ficou à frente precisam ser vacinados com urgência, mas a questão dos professores é delicada”, diz.
Segundo ela, na fase amarela do Plano São Paulo, são autorizados até 75% dos alunos em sala de aula. “É impraticável manter crianças e adolescentes usando máscaras devidamente, higienizando as mãos, especialmente em horário de intervalo. A preocupação é grande porque uma pessoa dispara para várias outras”, disse.
A escola estadual Péricles Galvão, localizada na Chapada Grande, comunicou que decidiu suspender as aulas presenciais a partir desta sexta-feira (26). Na unidade de ensino, dois professores testaram positivo para a doença.
Conforme a conselheira estadual da Apeoesp de Itapetininga, Walkyria de Aguiar, após o retorno das aulas, as escolas estaduais têm registrado casos de coronavírus. “As denúncias estão chegando de forma anônima, mas são comprovadas”, disse.
Segundo ela, a ideia é alertar os governantes que não é momento para o retorno das aulas presenciais. “A Apeoesp vem requisitando da prefeitura o decreto contra as aulas presenciais. Também questionaram o secretário municipal da saúde sobre a gravidade da pandemia em nosso município e região.
Ela também afirma que pediu ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) a divulgação das listas de funcionários da educação contaminados pela Covid-19 após o retorno das aulas.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirma que segue todos os protocolos definidos por autoridades de saúde e preserva a segurança de professores, servidores e alunos.
Também informou que os casos confirmados de servidores e alunos são acompanhados por meio do SIMED (Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para COVID-19) da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que tem os dados atualizados diariamente.