O dia de Santo Antônio é celebrado neste domingo, 13 de junho, a data de sua morte. Para as solteiras é um dia em que sempre se lembra com carinho, brincadeiras e fé. Na pequena igreja no final da Campos Salles, em Itapetininga, os pedidos para casamento são deixados diariamente aos pés do santo. “Muitas pessoas, principalmente mulheres, ainda deixam o pedido na igreja, principalmente às vésperas do dia 13 de junho”, afirma a coordenadora da igreja, Patrícia Costa Machado.
A voluntária Rosana Gatto, que ajuda na igreja há 25 anos, conta que durante muitos anos, o tradicional bolo de Santo Antônio foi alvo de pessoas atrás das medalhinhas do santo casamenteiro, escondidas dentro do bolo. A crença católica conta que o sortudo que achar a medalhinha do santo será proposto em casamento. Porém, por conta da pandemia, a igreja ainda não sabe se o bolo será servido neste ano.
Além da fama de casamenteiro para os católicos, Santo Antônio também é reverenciado como protetor dos pobres. “Ele trabalhava numa padaria e sempre distribuía pães aos moradores de rua. A devoção também é sobre o pão de Santo Antônio”, explica Rosana Gatto. “São diversos pedidos que são feitos para Santo Antônio”, afirma.
Nascido em Portugal no ano de 1195, atravessa séculos e gerações. Há muitas versões sobre o porquê de o frei franciscano ter ganhado a fama de ajudar em casamentos, mas a mais forte trata da economia que o sacerdote fez por conta própria para que uma moça tivesse dote para um matrimônio.
Santo Antônio ingressou na vida religiosa ainda com 15 anos, quando foi estudar no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. Poucos anos depois, se formou em filosofia e religião em Coimbra. Quando já era sacerdote, o jovem Fernando se sensibilizou com a história e trabalho de frades franciscanos mortos em uma missão no Marrocos. A ordem franciscana defendia a simplicidade extrema das igrejas, roupas e costumes e ele resolveu se juntar a eles. Foi aí que deixou o nome de Fernando e passou a ser Antônio.
A viagem para Marrocos foi dura e debilitou sua saúde irremediavelmente. Depois de um ano de trabalho na África, foi transferido para a Itália, para ter melhor atendimento médico. Apesar de ser poliglota, Antônio se mantinha calado e fazendo os trabalhos básicos nos mosteiros, sem que seus superiores sequer desconfiassem de sua formação acadêmica e grande talento de oratória. Por isso, quando ele teve que substituir outro padre em um encontro da Ordem dos Franciscanos, em 1221, foi uma enorme surpresa que aquele frei tímido e apagado fosse um senhor comunicador com profundo conhecimento de História e da Bíblia. Ficou popular quase imediatamente.