01 MAI 2021
REDAÇÃO
A Associação de Amigos de Vila Santana (AAVS) completou, neste dia 1° de maio, 61 anos de existência e empossou a sua nova diretoria. O evento, que respeitou os protocolos sanitários, aconteceu na sede da associação, que fica na Rua Santana, na manhã deste sábado (1°). Estiveram presentes moradores e autoridades, como o deputado estadual Edson Giriboni (PV), os vereadores Dudu Franco (MDB) e Etson Brun (Cidadania).
A nova presidente da associação é a moradora Cidineia de Oliveira Américo Rodrigues dos Santos. “Sinto muito honrada por neste dia estar assumindo a presidência da Sociedade Amigos de Vila Santana. O nosso compromisso é, em primeiro lugar, honrar e cuidar da nossa associação Também iremos fazer uma gestão abençoada por Deus e buscar bastante recursos para o bairro. Queremos que todas as pessoas da comunidade sejam bem vindas, trazendo ideias que serão aceitas. Abrimos a porta para todos nossos amigos”, diz Cidineia que é neta de um dos fundadores da associação, Durvalino Toledo, que também deixou sua marca na história do bairro.
Ela assumiu no lugar do Pedro Rolim de Goes que completou três mandatos. “A associação foi fundada pelo saudoso Oswaldo Costa no dia 1° de maio de 1960. Neste dia, os moradores se reuniram na casa do também saudoso Durvalino Toledo para procederam a fundação da sociedade que conquistou muita coisa pela Vila Santana, desde 1960 até os dias de hoje. Continuamos trabalhando forte para a comunidades”, diz Rolim.
Uma das principais reivindicações da associação é a implantação de uma área de lazer próximo à rua Santana num terreno desocupado que pertence à ferrovia. “A nossa briga foi exatamente sobre a área de lazer que pertence à ferrovia, mas o deputado já deu um avanço. É uma luta que vem há muito tempo e com a presença do deputado saiu uma luz no fim do túnel”, afirmou.
História da Vila Santana

Nascida da devoção a Santa Ana, a Vila Santana, no final da avenida Peixoto Gomide, surgiu como uma vila operária, composta por funcionários da Companhia Soares Hungria, cuja fazenda, com aproximadamente 3 mil alqueires, estendia-se desde o atual distrito de Morro do Alto até a Vila Regina. A empresa atuava na produção e beneficiamento do algodão, óleo e também fornecia energia elétrica para as casas de seus funcionários, coisa rara na época.
“A energia era fornecida por um gerador a diesel”, afirma o ambientalista Luiz Moreira Júnior, nascido, criado e ainda morador da comunidade. “Essa era a única fonte de energia elétrica na cidade, observa Luizinho Moreira. Segundo ele, a vila já existia antes da inauguração da Escola Peixoto Gomide, em 1894.
A localização do bairro e da indústria tinha uma razão de ser: a proximidade com o Ribeirão dos Cavalos e a enorme quantidade de nascentes que existiam – e ainda existem – na comunidade e abasteciam o ribeirão, cuja água era utilizada pela indústria e pelos funcionários em suas residências.
Incêndio
Tudo ia bem para a empresa e seus operários quando, em 1909, um incêndio que parecia “impossível de se debelar” atingiu o depósito da companhia, onde hoje é a antiga garagem da Viação Cometa.
“Quando seu Acácio e seu Alcindo (Soares Hungria) foram verificar a extensão do prejuízo, tiveram uma grande surpresa”, conta Luizinho Moreira. Segundo ele, que ouviu o relato do próprio Acácio, os empresários estavam preocupados, acreditando que haviam perdido toda a safra de algodão, que estava armazenado em fardos. “Chegando ao local, notaram que o fogo queimou apenas metade do galpão”, relata Moreira, “para espanto deles, as chamas pararam onde havia uma capelinha de Santa Ana, que era de devoção da família”.
Ainda segundo Moreira, agradecidos pelo fenômeno, os empresários reservaram no alto do morro, após o Ribeirão da Serra (hoje Ribeirão dos Cavalos), uma área onde foi erguido um cruzeiro, que passou a ser frequentado pelos funcionários da companhia. “Os trabalhadores moravam aqui embaixo, onde hoje é a rua Francisco Correa Franco”, explica Luizinho Moreira.
Com o tempo, uma capela foi erguida no local e residências foram sendo construídas em volta. Primeiro, foram os trabalhadores da Cia Soares Hungria, que erguiam suas casas em áreas doadas pela empresa, que fornecia também os tijolos para a obra, todos identificados pela letra H.
“Os tijolos eram fabricados pela olaria do tijuco preto, que também pertencia à família Hungria. Instalada ao lado do ribeirão, a olaria tinha uma roda d’água que retirava a água do ribeirão para a indústria e também para os moradores”, afirma Luiz Moreira Júnior. Logo, vieram os funcionários da ferrovia, que vinha desde o Morro do Alto até onde hoje é a antiga estação da Fepasa (foto). Finalmente, vieram os integrantes do 5º Batalhão de Caçadores, entre eles, Luiz Moreira, pai de Luizinho.








