Problema na rede de esgoto do bloco 2060 do conjunto habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), na Vila Popular, em Itapetininga, está causando diversos transtornos aos moradores. Mau cheiro, sujeira e risco de infecções são as principais reclamações, mas os moradores também temem que cause problemas na estrutura do prédio e na tubulação de gás.
Segundo a moradora Ana Carolina Venzcke, que possui um apartamento no térreo, o problema ocorre há tempos. “Há mais de um ano que as caixas de esgoto estão se desfazendo e agora numa intensidade que está tudo entupido por baixo e o esgoto retornando a céu aberto”, afirma.
De acordo com a moradora, o mau cheiro está insuportável. “Nos dias quentes e nos finais de semana, que a maioria dos moradores está em casa, fica ainda poor. A quantidade de resíduo de esgoto borbulhando pelo fundo do prédio está cada vez maior, o odor se instalou dentro das casas e, além do risco de doenças, ainda estamos correndo um sério risco estrutural, já que as caixas de esgoto fazem parte da fundação que segura o prédio. Não sabemos mais para onde correr”, diz a moradora.
Segundo ela, o problema está longe de ser resolvido. “O síndico alega que a inadimplência dos moradores não permite que o problema seja solucionado, mas também não procura fazer nada para resolver. Já a CDHU alega se tratar de um problema interno. Enquanto um passa a bola para o outro, o problema só está piorando e o medo de amanhecer sob escombros aumentando a cada dia que passa”, afirma.
A moradora Yara Cristina compartilha da mesma preocupação. “Está insustentável a nossa situação no prédio. Quando todos os moradores começam a usar o chuveiro ou mesmo lavar roupas, o transtorno é pior porque começa a subir mais água e volta o cheiro de esgoto pelos ralos. Está dando infiltração no prédio, com risco de desabamento”, afirma a moradora.
A moradora Neyla Cristina critica a falta de vontade para resolver a situação. “O problema é que as caixas de esgoto foram abrindo, o prédio está ficando oco e ninguém resolve. Está afundando, abrindo, as baratas, escorpiões e outros bichos estão invadindo o apartamento e o fedor está insuportável. São vários problemas no prédio. O certo é o síndico fazer uma reunião pois estamos com medo do prédio cair”, diz a moradora.
O síndico do prédio, Jabson dos Santos, em entrevista por telefone, informou que encaminhou um laudo para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, mas foi informado que o problema não é competência da CDHU.
Ele também afirma que levou três profissionais para fazer orçamento e o valor para o reparo da rede de esgoto varia entre R$ 18 a 20 mil. Segundo o síndico, a solução, no entanto, esbarrara na falta de de dinheiro em caixa do condomínio. “A inadimplência é um grande problema no prédio” afirma.
O síndico também disse que vai marcar uma reunião entre os moradores na próxima semana para tratar do assunto.
Os moradores afirmam que vão acionar a Defesa Civil. Até o momento, nenhum chamado ou protocolo foram recebidos pela Defesa Civil com relação do número 2060. No entanto, no mês passado a Defesa Civil recebeu um chamado do prédio 2000 do mesmo conjunto habitacional e com o mesmo relato.
Na ocasião a engenheira de Defesa Civil esteve no local, onde foi realizada a vistoria e constatado um vazamento na canalização de esgoto, sem comprometimento à estrutura do imóvel. Os proprietários foram comunicados a executar os reparos necessários.
Nos próximos dias, a Defesa Civil retornará ao local para averiguar se as providências foram tomadas. Caso a manutenção necessária não tenha sido feita, o proprietário do imóvel será notificado.
Em casos como este, a orientação é entrar em contato com a Defesa Civil por meio do telefone 199. “Tendo em vista que o prazo de garantia do conjunto habitacional da CHHU já expirou, a manutenção de qualquer dano eventualmente constatado em vistoria e apontado em laudo da Defesa Civil é de responsabilidade do proprietário, diz a Defesa Civil em nota.
Procurada pela reportagem, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) informou que não há registros de reclamação referentes à rede de esgoto deste empreendimento.
Também informou, por meio de nota, que o empreendimento Itapetininga C3, composto por 288 apartamentos, foi entregue em 2001, portanto há mais de 22 anos e está fora do período de garantia.
Segundo a CDHU, o problema descrito pelos moradores, provavelmente, é decorrente de entupimento da rede de esgotos, devido à falta de manutenção, cuja responsabilidade é do condomínio.
Ainda conforme a CDHU, o síndico ou o responsável pelo prédio deve providenciar a contratação de uma empresa capacitada para executar serviços necessários como: limpeza e reparos das caixas, tubulações de esgoto e impermeabilização.