Com um tema de extrema importância para o produtor rural, o Sindicato Rural de Itapetininga abordou na última segunda-feira (12/06), em rádio local, na Super Difusora FM, no programa denominado “Rancho do Filisbino”, a qual temos horário todas as segundas, a partir das 08h30min, sobre a Intoxicação de animais por vegetais encontrados em pastagens. A colaboradora Mislaine Martins, técnica Agropecuária do Sindicato Rural, participou desse bate papo com o objetivo de informar e instruir o produtor rural a coibir esses tipos de acidentes com animais que utilizam da pastagem como parte da dieta alimentar. Sabe-se que a criação de bovinos no Brasil, com ênfase na pecuária de corte, é feita em pastagens (sistema extensivo), onde o gado tem acesso à grandes áreas com tipos diferentes de gramíneas. Um dos problemas enfrentados pelos pecuaristas é a intoxicação dos animais decorrente da ingestão de algumas plantas que possuem um nível de toxicidade que pode levá-los à óbito dependendo da quantidade ou da parte da planta que foi ingerida.
Uma das principais causas de morte de animais adultos é a intoxicação por plantas tóxicas. As plantas tóxicas estão presentes em todo território do país, o que agrava a situação e se torna mais um motivo para o produtor fazer o manejo correto das suas pastagens.
As consequências da ingestão de plantas tóxicas variam desde fotossensibilização até morte súbita do animal.
A morte por plantas toxicas atualmente entra na posição de 3° no ranking de mortes de bovinos, perdendo para a raiva e botulismo. Tendo uma estimativa de 10 a 20% das percas dos animais é pelas plantas.
Existem mais de 90 espécies de plantas tóxicas aos animais, sendo que 80% das causas é pelo famoso cafezinho ou erva de rato.
Cafézinho – Também conhecida pelos nomes de erva-de-rato, e roxinha, esta planta tem boa palatabilidade, é altamente tóxica e está presente em áreas de mata e capoeira. Causa sinais clínicos nervosos como desequilíbrio dos membros posteriores, tremores, musculares, queda repentina do animal e taquicardia, podendo causar morte súbita. Não existe tratamento para os animais intoxicados.
Timbó – Timbó, tingui ou cipó-prata apresenta toxicidade em toda sua estrutura, principalmente na fase de brotação. Ocorre durante o ano todo e é uma das principais plantas que causam a morte dos animais. Os animais apresentam como sinais clínicos tremores musculares, taquicardia, queda repentina, decúbito lateral, urinar frequentemente, fezes com muco e mucosas pálidas. Ao identificar a intoxicação, o produtor deve deixar o animal em repouso na sombra e evitar movimentá-lo.
Samambaia – A samambaia é uma plana tóxica que, verde ou seca, causa danos aos animais. É encontrada em todo o país, especialmente nas encostas de morros e lugares mais úmidos. Os sinais clínicos são: hematúria enzoótica (sangue na urina), sangramento da pele, pequenas feridas e câncer esofágico.
Chumbinho – Conhecida também pelos nomes cambará e margaridinha, possui ampla distribuição pelo Brasil e seu consumo ocorre mais durante a escassez de alimentos. Causa fotossensibilização e morte dos animais. Sinais clínicos: fotossensibilização das regiões despigmentadas da pele, anorexia, inquietação, icterícia, urina de coloração marrom. O tratamento é feito com soro, pomadas, corticóides e anti-histamínicos.
Cipó-ruão – Planta muito presente na região sudeste, e seu consumo ocorre quando há restrição alimentar pois tem baixa palatabilidade (exceto os brotos jovens). Os principais sinais clínicos são: edema de barbela e região esternal, aborto, emagrecimento progressivo e relutância em andar.
Dama da noite – Também chamada de coerana e pimenteira, é uma planta invasora de pastagens onde as folhas, brotos e frutos são tóxicos. Apresenta como principais sinais clínicos: apatia, anorexia, parada ruminal, dorso arqueado, ranger de dentes e movimentos de pedalagem. Existem outras espécies de plantas que também são tóxicas para os ruminantes, como a mandioca, mamona e leucena, mas essas cinco são responsáveis por grande parte das intoxicações.
Tratamento Sintomático para as plantas toxicas: (tratamento de suporte)
• Fonte energética
• Proteção hepática
Prejuizos econômicos
Diretos: Morte dos animais, baixo índices reprodutivos (abortos e infertilidades)
Indireto: custo de controle das plantas nas pastagens, medidas de manejo, utilização de cercas nas matas, pastejo alternativo, diagnóstico das intoxicações e os medicamentos.
Prevenção
• Cercar as matas;
• Tirar as plantas das pastagens;
• Ter uma atenção maior no inverno, ficar atento com a parte nutricional para que os animais não procurem comer as plantas tóxicas que a chamam a atenção por sua cor.