A nova variante do coronavírus descoberta por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Itapetininga e outras 20 cidades do Estado de São Paulo tem uma mutação similar à cepa do SARS-CoV-2 indiana e já está presente em pelo menos 21 cidades do interior paulista. Segundo os cientistas responsáveis pelo sequenciamento, mesmo ganhando terreno no estado, ainda é cedo para saber se a nova variante —batizada de P.4— tem maior poder de transmissibilidade. A informação foi confirmada ao UOL Notícias pela pesquisadora Cintia Bittar. Ela integra o grupo de cientistas da Unesp que fez a descoberta e explica que a nova variante tem uma mutação semelhante à cepa indiana —o que de imediato chamou a atenção da equipe.
A nova variante já está circulando em Itapetininga, Capão Bonito, São Miguel Aracanjo e em cidades, como paulistas de Mococa, Caconde e Itapira (próximas da divisa com Minas Gerais) e também na região de Porto Ferreira, Descalvado, Itirapina, Capão Bonito. Também foi identificada em Iperó e Cesário Lange.
“A gente pode dizer que ela está circulando no estado, mas não tem como afirmar se ela está consolidada. Como nós a descobrimos muito recentemente, a gente não sabe se daqui a pouco a P.4 vai desaparecer sozinha, se vai surgir uma outra [variante], ou se ela vai se manter. Isso é uma coisa que não dá para a gente avaliar ainda, vamos ter de observar o comportamento”, afirma a pesquisadora.
“Quando nós estávamos analisando as amostras da cidade de Porto Ferreira, encontramos uma mutação em algumas delas: a L452R. Ela é uma mutação que estava presente na variante da Califórnia e, logo depois, descobriu-se que está na variante indiana. A P.4, porém, não tem relação com essas variantes, mas ela tem uma mutação em comum com elas. E essa mutação, particularmente, ainda não tinha aparecido em nenhuma das variantes que estão aqui no Brasil”, explica.