15 AGO 2020
MARCO VIEIRA DE MORAES
Aos 60 anos, o comerciante Waldir José de Almeida nasceu e passou a maior parte de sua vida na Vila Hungria, uma das mais tradicionais de Itapetininga e um dos 15 bairros que formam a região do Paquetá, que está localizado entre o centro de Itapetininga e a rodovia Raposo Tavares (SP-270) e abriga cerca de 30% da população da cidade.
Proprietário da Loja Sithi (nome dado em homenagem a seus filhos, Simone e Thiago, que hoje estão à frente do empreendimento, e que começou como Bazar Sithi), Waldir de Almeida é uma história inegável de sucesso nos negócios, sem precisar mudar de lugar.
Do início humilde, em uma área de 18 m² que era a garagem de sua casa, a loja (que completa 25 anos este ano) possui hoje área de mais de 1000 m² e atende Itapetininga e cidades vizinhas, como Angatuba, São Miguel Arcanjo e Capão Bonito, entre outras. A loja fica na avenida Waldomiro de Carvalho, na Vila Hungria.
“Começamos bem simples, com uma loja bem pequena e hoje vendemos presentes, brinquedos, livros infantis, utilidades domésticas e aviamentos”, conta o comerciante. Segundo ele, o segmento de aviamentos é o grande diferencial e carro chefe da loja. “É difícil uma loja no interior de São Paulo ter tudo de aviamentos, como nós temos. Hoje somos referência na cidade. O dia que estamos fechados o pessoal fica louco”, diz o empresário.
Bairro quase completo
Na avaliação do comerciante, o Paquetá tem quase tudo. “Aqui falta banco e padaria grande, o resto tem tudo! O Paquetá hoje é o segundo polo comercial da cidade depois do centro”, analisa Waldir de Almeida, atestando o grande crescimento do complexo de bairros nos últimos anos.
Antes de se tornar empreendedor, ele trabalhou por 15 anos no ramo industrial e passou quatro anos em Curitiba (PR), mas nunca esqueceu o bairro onde nasceu e onde seu avô, Antonio Porfírio, também tinha comércio. “A gente morava em Curitiba, mas as crianças sempre pediam para vir embora”, conta Almeida, que estudou na escola Sebastião Villaça e, entre os anos 70 e 80, jogava bola em outro bairro que estava se iniciando: o Jardim Fogaça.
Boiada
“Aqui não tinha nada; só mato. Aqui em frente passava boiada todo dia”, lembra o comerciante, “tinha a antiga raia (para corrida de cavalos), que depois se tornou a hípica e o aeroclube, que ficava onde hoje é o Sesi”, acrescenta Waldir de Almeida.
O comerciante também se recorda quando o antigo proprietário da área, Flávio Hungria, começou a vender os lotes em prestações quase a perder de vista. “E ainda dava os tijolos de sua olaria para quem quisesse construir”.
Waldir de Almeida comprou o último lote do filho mais velho do proprietário, Frank Hungria, em 2002. “Fica aqui pra cima e estava abandonado na época”. A paixão do comerciante pelo bairro foi passada para sua esposa, Elizabeth Aparecida Sabóia de Almeida, que infelizmente faleceu há quatro anos.
Waldir se emociona ao falar da esposa e diz que ela “gostava de cuidar da avenida, mas precisa de autorização da prefeitura para cuidar da jardinagem e este era um processo demorado. Após o falecimento de Elizabeth, o comerciante resolveu agir por conta própria. “Eu mesmo fui comprar as plantas para colocar no canteiro central. Quero repaginar a avenida”, afirma Waldir de Almeida, confirmando sua paixão pelo bairro.
Esse amor pela Vila Hungria e bairros próximos é demonstrado até na hora de contratar funcionários, pois a maioria dos colaboradores mora perto. A Loja Sithi possui atualmente 30 funcionários.
“Não mandamos ninguém embora por causa da pandemia e ainda contratamos mais três pessoas recentemente, graças a Deus. Conseguimos segurar esses empregos. Estamos fazendo o possível. É o amor pelo bairro! Quem não gosta de onde nasceu? Minhas raízes estão aqui”, finaliza Waldir José de Almeida.