O compositor itapetiningano Teddy Vieira completaria 100 anos nesta sexta-feira (23). É considerado um dos compositores mais famosos do Brasil, tendo deixado mais de 200 composições gravadas. Sem dúvidas a sua principal obra foi o menino da porteira, sendo um sucesso sertanejo regravado inúmeras vezes. Ele morreu em em 16 de dezembro de 1965, junto ao seu último parceiro de músicas, Lauripio Pedroso e mais cinco pessoas, em um trágico acidente na Rodovia Raposo Tavares em Itapetininga.
Teddy Vieira de Azevedo nasceu em Itapetininga, em 23 de dezembro de 1922.
Considerado um dos mais bem-sucedidos compositores caipiras. Ao terminar o curso primário, em sua cidade natal, transferiu-se para São Paulo. Aos 18 anos escrevia versos caipiras e em 1948 teve suas duas primeiras músicas gravadas, pela dupla Mineiro e Manduzinho: “Preto de Alma Branca” (parceria com Lauripe Pedroso) e “João-de-Barro” (parceria com Muibo Cury), em etiqueta particular.
“João-de-Barro” teve inúmeras regravações, algumas de um grande sucesso (como a de Sérgio Reis, em 1974, pela RCA). O cururu “O Menino da Porteira” (de Teddy Vieira e Luizinho), um dos clássicos caipiras, foi gravado por Luizinho, Limeira e Zezinha em 1955 na RCA Víctor. Essa gravação consagrou-o como compositor.
Teddy Vieira era sub-tenente do Exército, da Reserva, e nas horas vagas, compunha aquelas modas-de-viola, cururus, toadas e ritmos que marcaram sua passagem por este mundo.
Em 1956 Teddy Vieira passou a ser diretor-sertanejo da Colúmbia, depois CBS, criando então a dupla caipira Tião Carreiro e Pardinho, que obteve rápido sucesso com “Cavaleiros de Bom Jesus” (de Teddy Vieira, João Alves e Nhô Silva). No mesmo ano, Moreno e Moreninho gravaram na Colúmbia, o cururu “Treze de Maio” (de Teddy Vieira, Riachão e Riachinho). Ainda em 1956 lançou em discos a dupla Zico e Zeca, com composições que marcaram época, como “A Enxada e a Caneta” (parceria com Capitão Barduíno).
Em 1958 Teddy Vieira mudou para a Chantecler, com o cargo de assessor do diretor artístico da gravadora (que era o Palmeira). Em 1962, após a saída de Palmeira da Chantecler, Teddy trabalhava como assistente artístico. Contudo, não deixou de compor, e suas músicas continuavam sendo grandes sucessos. Em 1964, por exemplo, “Bandeireiro do Divino” (feita em parceria com Alves Lima), gravada por Tonico e Tinoco, foi um dos maiores sucessos da gravadora.
Foi indiscutivelmente, em seu tempo, o maior nome da composição sertaneja. Até hoje, suas músicas são muito executadas e continuam fazendo sucesso, como é o caso de “O Menino da Porteira” e “João-de-Barro”.
Em 1957 casou-se com América Risso e deste casamento nasceu seu único filho, Teddy Vieira de Azevedo Filho.
Teddy Vieira nasceu em Itapetininga, mas seu lugar preferido era Buri, onde ia descansar e fazer suas caçadas e pescarias. E foi numa dessas viagens à Buri, que Teddy veio a perder a vida em 16 de dezembro de 1965 num trágico acidente automobilístico. Também vieram a perder a vida neste acidente o cantor Paulo Queiroz, e Lauripes Pedroso que fazia parte da dupla Irmãos Divino.
Teddy Vieira colaborou decisivamente para o surgimento de muitos artistas sertanejos como Leôncio e Leonel, Zico e Zeca, Liu e Léu, Vieira e Vieirinha, Sulino e Marrueiro, Mineiro e Manduzinho, Zilo e Zalo, Waldomiro e Waldemar, entre outros.
Ajudou também muitos compositores, encaixando suas músicas, como Lourival dos Santos, Carreirinho, Luiz de Castro, Benedito Seviero, Sebastião Víctor, Roque José de Almeida e Nelson Gomes.