03 MAI 2021
GABRIELA COUTO
Com a pandemia de Covid-19, os casos de Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional aumentaram, principalmente em profissionais de saúde, pela rotina exaustiva e também em quem passou a trabalhar em home office, pela dificuldade de separar o horário de trabalho do momento de descanso.
De acordo com a psicóloga Mariana Harumi Segatto Fugikawa, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão intensa, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, no aspecto físico ou emocional, que demandam muita competitividade, responsabilidade ou que faz com que o profissional atue além de seus conceitos e princípios éticos ou religiosos.
A principal causa da doença, é justamente o excesso de trabalho ou a forma desgastante que o trabalho tem para o indivíduo. “Nesse momento de pandemia que estamos vivendo, por exemplo, podemos observar que os profissionais da área da saúde estão em grande sofrimento, pois lidar emocionalmente com uma pandemia e com muitos lutos, pode ultrapassar os limites até daqueles mais preparados”, explica.
Os sintomas da síndrome de Burnout são diversos e trazem muito sofrimento. Vão desde uma compulsão em demonstrar seu próprio valor até uma incapacidade de se desligar do trabalho. Casos de negação das próprias necessidades, como sono e alimentação, fuga de conflitos, reinterpretação de valores pessoais, autoabandono, negação das dificuldades e problemas, distanciamento da vida social, mudança de comportamento, alcoolismo e vazio interno também são comuns. “O sentimento de estar perdido, cheio de incertezas e exausto, costuma dominar o profissional que está sofrendo com a síndrome de Burnout ou Síndrome do Desgaste Profissional”, explica a psicóloga.
Segundo ela, a pessoa que sofre com essa síndrome, passa por um colapso mental e físico, podendo evoluir até o estágio mais perigoso, onde aparecem pensamentos suicidas, fazendo com que necessidade de tratamento seja urgente nos casos, para prevenir os avanços severos. “É fundamental que nesse período de home office, cada profissional se organize estabelecendo horários demarcados para o trabalho, não esquecendo que tem que cuidar do todo, da vida social, do corpo, da espiritualidade e da mente. O equilíbrio deve ser preservado”, explica.
Ela afrima que nas empresas, a implantação de adequações para que o chamado novo normal funcione, tanto agora, quanto depois da pandemia, devem priorizar a saúde mental dos trabalhadores, esse deve ser um dos itens de maior atenção por parte da gestão, incluindo o treinamento dos líderes e a criação de novas ações para diminuir os problemas emocionais da equipe, além de acompanhar de perto a saúde de cada funcionário. “Mas colocar limites e relatar até onde é possível caminhar ao lado dos objetivos de cada empresa é função do trabalhador”, explica a psicóloga.
Segundo Mariana, a melhor forma de se evitar a síndrome de Burnout, é estar atento aos sinais do próprio corpo e da mente, sempre que perceber que o estresse que vem do laboral está prejudicando a qualidade geral de vida, é necessário fazer uma reavaliação dos próprios limites.
A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, pode evoluir para diversas psicopatologias, como a depressão e a ansiedade, por isso é fundamental procurar ajuda de um profissional, “A psicoterapia com psicólogos vai ajudar a identificar o que está acontecendo internamente em resposta aos abusos que o indivíduo tem cometido na área do trabalho, mas quando os sintomas já se intensificaram demasiadamente, poderá ser necessário também o auxílio de um psiquiatra no tratamento”, conclui a psicóloga Mariana Harumi, em conversa com o site Cidade Itapetininga.