O Hospital Leó Orsi Bernardes (HLOB) é um dos 30 selecionados em todo o país no projeto “Telescope Trial” do Hospital Israelita Albert Einstein. O projeto tem como objetivo a avaliação das visitas multidisciplinares diárias (VMDs) com apoio via telemedicina de um profissional especializado do Albert Einstein, e como elas podem contribuir na evolução do quadro clínico de pacientes internos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo a médica hematologista e intensivista do HLOB, Vivian Menezes Irineu, o projeto fortaleceu a equipe do hospital de Itapetininga. “Temos trabalhado em cooperação com o Hospital Israelita Albert Einstein há cerca de 18 meses. Durante as reuniões diárias, há troca de informações e conhecimentos entre a equipe multiprofissional do HLOB e a Dra. Daiane Serger, médica intensivista do Hospital Albert Einstein”, explica..
Segundo ela, o projeto permitiu que a equipe pudesse discutir e aprender cada vez mais sobre como melhorar os cuidados de nossos pacientes. “Foi um suporte inestimável nesse período da pandemia. Com o apoio de um renomado hospital como o Albert Einstein, tivemos a oportunidade de oferecer um tratamento melhor e com cuidado centrado no paciente, afirma.
A proposta deste projeto é estudar o uso da telemedicina em UTIs como forma de melhorar os resultados do tratamento de pacientes internados em UTIs brasileiras pertencentes ao SUS. “A parceria tem ajudado, tem benefícios potenciais diretos, do contato dessas UTIs, que foram selecionadas, que tinham carência de profissionais intensivistas, que tinham carência de protocolos assistenciais e de indicadores. Em um curto prazo, essas UTIs passam a ter acesso aos profissionais. Num médio prazo, o que a gente pretende, é de fato, ter uma evidência científica robusta e contundente sobre o real papel dessa ferramenta, se isso for demonstrado, pode ser que num futuro próximo, a especialidade tenha um novo formato’, diz Adriano Pereira, médico intensivista do Albert Einstein em entrevista ao Cidade +.
Ele também explica sobre a seleção dos hospitais. “Partimos de diferentes listas de hospitais no início do projeto, tínhamos critérios de inclusão, o hospital precisava preencher algumas características. Fizemos o contato e Itapetininga preenchia esses critérios, aceitou o convite e fez todo o processo de aprovação, de alinhamento interno, de aprovação do comitê de ética. Cada hospital precisa ter essa aprovação no respectivo comitê de ética local. Fomos aos poucos afunilando, selecionando UTIs que preenchiam os critérios, para compor esse mapa nacional na mesma proporção, na mesma distribuição geográfica atual”, explica.
Estão envolvidos no projeto 30 UTIs públicas e filantrópicas (Santas Casas) brasileiras, pacientes em quadros críticos de saúde internados nesses hospitais, os quais necessitam de atendimentos em UTIs pertencentes ao SUS, assim como médicos intensivistas a serem treinados para realizar atendimentos remotos, por meio dos recursos disponíveis na Telemedicina.