24 jun 2020
P. Reinaldo Ramos
Nesse tempo repleto de incertezas quanto ao futuro o ser humano é desafiado a alargar os seus olhares e horizontes. Interrogações estão presentes nos pequenos e grandes discursos. E as repostas a essas interrogações limitam-se às premissas já conhecidas.
Chama a atenção nesse emaranhado complexo de inúmeras tentativas de responder adequadamente aos anseios do homem, com suas interrogações, algumas posturas de enfrentamento da situação muito polarizadas.
Nossas redes sociais denunciam o crescimento de intolerâncias entre as pessoas e as consequentes hostilidades entre elas. São problemas que afetam diretamente o diálogo e a liberdade de expressão.
Não poderá haver paz e crescimento nas relações sociais quando se tenta impor a todo custo idéias, pensamentos e modos de ser individualizantes. E toda forma de imposição caracteriza-se como minimização do outro.
Para defender seu ponto de vista, o intolerante recorre à agressividade quando seus argumentos não se sustentam e são fragilizados por outras asserções. O enfraquecimento do diálogo e da liberdade de expressão afeta todo homem, gerando ao se redor inseguranças e mecanismos de defesa diversos.
Nosso mundo precisa urgentemente de uma conversão cultural e relacional, isto é, a democratização do espírito crítico construtivo, reforçando o que une e relativizando o que divide. Uma unidade que integre a diversidade, porque não se pode afirmar a genuína individualidade se, cada um, não se sente como parte de um todo.
Então, pode-se afirmar que o homem avançará em seu autoconhecimento quando investir no diálogo respeitoso, promovendo a alteridade e criando espaços de promoção humana. Aproveitemos o momento atual, propício para a construção de um mundo mais solidário e fraterno, exigindo a colaboração mútua entre os diversos atores da mesma sociedade para a erradicação da presente pandemia que atinge toda a humanidade.