27 MAR 2021
GABRIELA COUTO
Segundo um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com mais casos de ansiedade do mundo com 8,6 milhões de pessoas diagnosticadas com esse transtorno. O número está aumentando cada vez mais durante a pandemia da Covid-19. O Cidade Itapetininga conversou com a psicóloga Mariana Harumi Segatto Fugikawa, para falar sobre o assunto.
De acordo com a psicóloga, a ansiedade faz com que a pessoa se antecipe nos sentimentos, pensamentos, emoções e também viva antes dos acontecimentos, imaginando possíveis situações e sofrendo por antecipação, por uma coisa que pode nem ser real.
“Não devemos minimizar a dor daqueles que sofrem de ansiedade, não é uma escolha e é importante que as pessoas próximas possam apoiar, cientes da dor que a ansiedade causa e suas consequências”, afirma Mariana Harumi, em conversa com o Cidade Itapetininga.
Os sintomas que indicam ansiedade, segundo ela, vão desde pensamentos antecipatórios à sintomas psicossomático desagradáveis, como sudorese, dor no peito, taquicardia, respiração ofegante e falta de ar, tremores, cansaço físico, náusea, tensão muscular, aumento ou perda de peso, entre outros sintomas.
Durante a pandemia e o isolamento social, muitas pessoas que não sofriam de ansiedade começaram a apresentar sintomas ansiosos, que não sabem como controlar ou como lidar. “A melhor maneira de lidar com a ansiedade é podendo falar dela, dando espaço para falar sobre os medos e sobre as dores disparadas pela vivência desse momento que estamos passando. Outro pensamento importante que temos que ativar, é que isso tudo vai passar, e que o desespero ou medo devem ser acolhidos e respeitados”, explica a psicóloga.
As crises de ansiedade e de pânico costumam ser frequentes para quem sofre com o transtorno, durante elas é comum sentir angústia, medo, preocupação e inquietação, isso ocorre porque o corpo descarrega uma quantidade de noradrenalina e adrenalina fora do normal.
A ansiedade pode se tornar tão intensa, ao ponto de abrir uma porta para a depressão, outro transtorno que atinge milhares de brasileiros. Assim, é essencial diagnosticar a doença e iniciar acompanhamento. Cada pessoa tem seus próprios gatilhos emocionais que causam as crises e também apresentam diferentes formas de lidar com eles. “Respire profundamente: inspirar e expirar o ar vagarosamente é uma mensagem de relaxamento para o nosso cérebro. Faça atividades relaxantes: deite-se e escute uma música que você gosta e te deixe feliz”, aconselha.
Ela também explica que manter um hobbie ajuda. “Encontre atividades prazerosas, como cozinhar, meditar, aprender um novo idioma, fazer cursos de assuntos que te interessam. Tenha rotina e uma boa noite de sono, e sempre fale sobre seus sentimentos e emoções. Aceitar o que não podemos mudar e organizar a vida é uma estratégia que pode acalmar.
O mais importante é procurar ajuda de um profissional quando perceber que a ansiedade está tomando conta e as crises são frequentes, cuidar da saúde é essencial, principalmente nesse momento crítico que estamos vivendo. “Procure um profissional de saúde mental , um psicólogo e um psiquiatra podem ser fundamentais na melhora da qualidade de vida”, afirma.