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Jornal Cidade Itapetininga
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A cultura do cancelamento e a cegueira da moral

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14 AGO 2020

REDAÇÃO

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Pauta nos debates modernos da internet, o cancelamento se tornou o novo vilão do método punitivo utilizados por alguns grupos e não necessariamente identitários que utilizam uma nova forma de disciplina e questionamento diante a algo escrito, falado, fotografado que afetará a reputação de sujeitos ou CNPJ´s.

Observo o cancelamento por uma tríade. Na base a utilização indelével por grupos identitários que pouco ou dominam a importância do identitarismo para os desfavorecidos. No paralelo progressista aproveitadores que criticam o identitarismo de forma reducionista. Por último, a direita da elite branca que cancela, cancelou e cancelará os oprimidos.

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No contexto virtual o cancelamento parece, comparado a Foucault, algo similar ao panoptismo que regula a vida dos indivíduos. Mas não é a cultura do cancelamento que regula e sim as redes sociais.

O cancelamento nasce como ideia de justiça social. Mas tudo que nasce se transforma e se por um lado atende a expectativa de sujeitos historicamente silenciados, por outro, alguns cancelamentos flertam com o autoritarismo e isso pode trazer danos irreparáveis para o cancelado ou cancelada que hipoteticamente errou.

Observo que o cancelamento para alguns dos canceladores é dotado de um tesão de se mostrar teoricamente mais consciente e fiel a determinadas regras que compõem uma linha de pensamento não a partir de uma ética.

Isso pode ser resultante de uma crise moral contemporânea no qual o cancelamento talvez se aproxime ou vá além, voltando a Focault, de um ato apenas administrativo ou de poder sobre o corpo, mas sim relacionado a uma tentativa de domínio concreto e simbólico de opiniões ou atos.

Por Bauman (2014), interpreto que o cancelamento quando flerta com o autoritarismo segue a cegueira moral. Ou seja, faz parte de uma insensibilidade de compreender o outro, mas não apenas para controlar a privacidade alheia e sim destruí-la.

Lógico que os sujeitos têm que arcar com o que falam e conviver com o direito de resposta dos contrários. Assim temos o desafio da coerência. Na ciência o método nos ajuda a tentar sermos o mais coerente possível. Na cegueira da moralidade virtual acredito ser algo impossível, pois inexiste essa totalidade na essência do ser humano.

Os canceladores, em sua grande maioria, são contrários àquilo que fazem com alguns quando se flerta com o autoritarismo. Mas consciente e inconsciente ou como estratégia de ataque – dentro do que Bauman chama de miopia ética, para algumas pessoas e grupos do tribunal das redes sociais – é a austeridade da penalidade que virá primeiro como técnica de poder.

“(…) a penalidade seria então uma maneira de gerir as ilegalidades, de riscar limites de tolerância, de dar terreno a alguns, de fazer pressão sobre outros, de excluir, em parte, de tornar útil outra, de neutralizar estes, de tirar proveito daqueles” (FOCAULT, 2010, p.58)
Reescrevendo o parágrafo anterior com uma interrogação.

O cancelamento seria então uma maneira de punir ou vigiar opiniões e ações tidas como ilegítimas, de riscar limites de tolerância e fazer pressão pelas redes virtuais a fim de excluir do mundo concreto completamente um sujeito ou CNPJ?
Não sei.

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