14 AGO 2020
JOVIR FILHO
Há muito tempo uma coisa me incomoda demais em nossa cidade: a coleta de lixo reciclável.
Quando ainda morava em Campinas, acompanhei o imbróglio em torno da licitação de coleta de lixo na cidade, em que o lixo comum fica com quem cobra menos e o lixo reciclável com quem paga mais, isto há 20 anos, mais ou menos. Uma administração inteligente zela pelo bem de seus cidadãos. Em Capivari, onde também morei por alguns anos, não havia esta licitação para coleta seletiva, mas havia a cooperativa que conseguia agregar os coletores autônomos da cidade e a educação da população funcionava muito bem na separação e na cooperação para a coleta.
Agora, aqui em Itapetininga, tirando o movimento para a criação da Cooperita, não houve um só empenho governamental em cuidar de tal área com seriedade, sem uma percepção mínima de que a coleta de lixo reciclável envolve meio ambiente, geração de emprego, impacto na saúde e arrecadação municipal.
De tudo, no entanto, o descarte do vidro é o que mais lamento, pois não tem mercado para ele na realidade que temos por aqui, sendo um material com reaproveitamento total e uma possibilidade de transformação diversa, só que não acontece ao acaso, não tem como ser fruto espontâneo e precisa, assim, de empenho governamental, como, por exemplo, com a vinda de uma indústria de transformação.
Recentemente, uma vidraçaria que prestou serviço em minha casa revelou que eles não têm como descartar os cacos e sobras de vidro que têm, assim, precisam contratar caçambas, o que tanto é um trabalho a mais, como encarece todo o serviço prestado.
Concordo que tais coisas não são simples, nem estou querendo dizer que sejam, mas, de fato, o lixo reciclável exige um governo que tenha projetos com vistas ao futuro, reconhecendo que o selo ambiental é crucial a uma cidade, bem como a falta de emprego uma realidade cada vez maior, por isto, o lixo torna-se uma fonte de soluções para diversos problemas, desde que pensado por pessoas competentes, por profissionais, e não fique a cargo de politiqueiros e politicagens, o que é algo totalmente diverso do que deva ser a Política, uma área do saber humano essencial, mas que é manchada por pessoas corruptas ou, simplesmente, incompetentes.
No lixo, temos um futuro a ser pensado. Em minha casa, tudo o que pode ser transformado em adubo, vai ao canteiro que temos justamente pensando nisto e no benefício que é ter árvores e plantações em casa. Já o lixo reciclável, separamos tudo, absolutamente tudo, devidamente limpos para não gerar problemas, porém, nem tudo pode ser levado por quem passa em frente de casa coletando, normalmente, pessoas vulneráveis sob a própria sorte. Pensemos sobre o assunto, que o futuro agradece!
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