15 FEV 2020
JOVIR FILHO
À mesa do almoço, arroz, feijão, ovos fritos, bifes bovinos, farofa de mandioca, salada de alface, tomate e pepino e uma jarra grande de suco natural de limão. Refeição básica e perfeita à saúde, possível para a maioria da população brasileira que tenha acesso aos bens de consumo. Eu sei, a carne já não pode ser tão certa, como fora até poucos anos atrás.
De qualquer forma, toda esta farta opção à mesa corresponde a uma dependência incomensurável que temos em relação à água. E a grande maioria das pessoas pode até afirmar que a água é tão importante, mas será que compreende por que ela é assim tão essencial?
Pela experiência de sala de aula, posso dizer que não há a devida compreensão, infelizmente, nem de longe. Por exemplo, poucas pessoas têm a noção de que para a produção de um quilo de carne bovina são necessários mil litros de água, em todo o processo; ou de que o arroz não existe sem a abundância do líquido supremo. E o mesmo podemos dizer, em maior ou menor grau, de todos os alimentos postos à mesa, ali em cima.
Nosso corpo tem em torno de três quartos compostos por água. Somos, acima de tudo, água, mas distribuída em seu contexto celular e se espalhando por cada milímetro do ser humano que somos. Dependemos da água em toda dimensão de nossa existência, a começar pela umidade que se encontra no ar que respiramos.
Saber se vai chover é primordial, só que precisa ser compreendido nos gestos, nas ações e, principalmente, no consumo. Não podemos permitir o avanço do desmatamento sobre a Amazônia, por exemplo, não por que o prejuízo é para a natureza de lá, mas, sobretudo, porque a chuva que cai em Itapetininga vem, sobremaneira, de lá. Massas de ar úmido iniciadas na Floresta Amazônica deslocam-se pelo Brasil e despejam água por onde passam, e em nossa cidade não é diferente.
As chuvas que caem aqui, em quase sua totalidade, vêm pelo céu escuro dos lados de Guareí e Angatuba. Há algumas exceções, como as chuvas que caem na Chapadinha e arredores vindas dos lados de São Miguel Arcanjo, resquícios das chuvas da Serra do Mar. A maior parte, porém, vem de noroeste e corresponde às águas amazônicas.
E, mais importante do que perguntar se chove ou não, é saber por que chove e por que não, no entanto, isto precisa ser preocupação de toda a sociedade, a começar pela escola, onde se deve trabalhar com a compreensão, desde a mais tenra idade.
O conhecimento é a chave de entendimento do ser humano que somos.