05 jul 2020
Redação
A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) levou a grandes mudanças em quase todos os aspectos da vida diária e está afetando toda a população. Para o pastor José Jorge de Lima, líder da Igreja do Evangelho Quadrangular em Itapetininga, a crise sanitária está despertando a fraternidade e solidariedade nas pessoas. “As pessoas estão cuidando mais umas das outras e assim vamos viver após a pandemia. Todos estão vendo que a vida não é só uma correria e cada um por si em busca de dinheiro. Hoje existe a intenção de cuidarmos um dos outros”, diz em entrevista ao site Cidade Itapetininga.
Para o pastor, esse sentimento também ajuda a superar o momento difícil. “Na Itália, pessoas cantam juntas nas janelas para amenizar o sofrimento do isolamento e em todos os lugares jovens se oferecem para fazer compras para pessoas mais velhas que não podem fazê-lo. As pessoas também estão orando cada vez mais, falando mais com Deus. Nunca tinha visto isso e acredito que não seremos mais os mesmos depois desta pandemia”, disse.
Cultos continuam
O líder disse que, apesar de Itapetininga regredir à fase vermelha, os cultos continuam. “O governador deu a cada prefeito a liberdade de ver o que pode e não pode funcionar. A prefeita de Itapetininga entende que a igreja é um serviço essencial, pois ela sabe da importância que a igreja tem. Mas, caso o Ministério Público entenda de outra forma e pedir uma mudança, vamos obedecer sem problemas”, disse.
Ele explica que os cultos são realizados aos domingos às 10h e às 19h e também transmitidos nas redes sociais. “São cultos de no máximo 1 hora para as pessoas pararem o menor tempo possível dentro da igreja. Fizemos dois cultos para dividir os fiéis. A igreja está preparada. Colocamos fitas para demarcar o espaçamento, as pessoas sentam distantes umas das outras. Ninguém entra sem máscara. Se chegar sem máscara, podemos fornecer, mas é raro, pois o pessoal está consciente. Também temos álcool gel em vários pontos da igreja”, explica.
Atendimento individual
O pastor também afirma que aumentou a procura por atendimentos individuais na igreja durante a pandemia. “São pessoas que estão em depressão, angustiadas e com medo desta fase. Tenho recebido adultos chorando como crianças. A sensação que eles têm é de vão morrer. Vêm pessoas de outras igrejas e até psicólogos para conversar. É importante conversar e desabafar e uma das graças que Deus me deu foi ouvir”, disse.
Um dos conselhos que ele dá aos fiéis é que parem de ver notícias sobre o coronavírus. “O primeiro conselho é para procurar evitar ver TV. Estou falando isso no altar. Hoje a maioria das notícias é sobre morte. Em Itapetininga, por exemplo, a maioria das pessoas foi curada, mas as notícias que prevalecem são sobre as mortes. Tem gente que não está preparada para assistir tantas mortes, caixões, valas sendo abertas. O meu conselho é evitar isso”, diz.