08 MAR 2021
GABRIELA COUTO
O Trovoa é um coletivo cultural independente, que tem como objetivo propagar e fortalecer a arte independente de Itapetininga e região, a tornando mais acessível e dando oportunidade para os artistas e o público se encontrarem, promovendo uma troca cultural. Eles já realizaram diversos eventos na cidade, divulgando e fortalecendo os artistas locais. Os últimos eventos, por conta da pandemia, foram realizados de maneira online, por meio de lives nas redes sociais.
O coletivo é coordenado por três mulheres, que, além de artistas, são produtoras culturais. De acordo com a Beatriz Maia, 22 anos, uma das produtoras do Trovoa, trabalhar com arte é um sinônimo de resistência e o fato de ser mulher só aumenta a força do termo. “As pessoas duvidam da sua capacidade de execução e organização, duvidam da qualidade do seu trabalho, duvidam até se você está à frente do projeto mesmo. É difícil, porque você começa a se questionar sobre seu potencial, mas aí vem a importância de ter outras mulheres te fortalecendo”, diz ela em conversa com o Cidade Itapetininga, sobre o que enfrenta no comando de eventos culturais.
Além de Beatriz, o coletivo conta com Monik Leme, 25 anos, e Júlia Mendes, 21 anos. Juntas, elas organizam e dirigem os eventos realizados pelo Trovoa, a equipe conta também com três homens, mas são elas que costumam assumir a direção.
A Júlia Mendes trabalha também com a produção de artes visuais, e conta que já passou por algumas situações que mostram que alguns homens não levam o trabalho feminino a sério. “Ás vezes, se nos levam a sério é num sentido sexualizado, e isso nem é levar a sério de verdade. Muitos homens têm o costume de consumir e admirar trabalhos artísticos apenas de outros homens e, por isso, é muito importante sempre procurar fortalecer o trabalho de outras mulheres e nos fortalecer nesse meio artístico, onde homens têm muito destaque”, conclui ela.
Monik Leme, além de produtora cultural, é cantora e compositora, e em julho do ano passado lançou um videoclipe, em parceria com a Beatriz Maia, todo produzido e estrelado por mulheres. A música se chama “Por trás do batom” e fala sobre relacionamento abusivo e a violência doméstica, o refrão destaca que nada justifica uma agressão. Vale ressaltar que, por conta da pandemia, o videoclipe foi produzido à distância.
O trabalho dessas mulheres no Trovoa inspira outras mulheres que são artistas e querem trabalhar nesse meio, e também reforça a importância da sororidade, do quanto é importante as mulheres se apoiarem e se fortalecerem.
Se você quer saber mais sobre o Trovoa siga o instagram @trov.oa lá eles que oferece conteúdos bacanas e também a agenda de eventos.